quinta-feira, 14 de abril de 2011

Não queremos aprender a ter medo

Segunda-feira, famoso dia da leseira. Mas isso não nos foi permitido. Surpreendidos com uma grave notícia matinal, fomos forçados a uma mobilização em poucas horas.
Segundo algumas pessoas e noticiários, fizemos paneleira e congestionamento. Segundo policiais do Cigcoe, fomos fanfarrões e dignos de um riso debochado.

Talvez seja esse o jogo que a sociedade peça:
O barulho dos acadêmicos inconformados;
Os veículos incômodos emitindo derivados do carbono e buzinadas;
O protesto com sentimentos e olhares confusos e revoltados.
Talvez seja isso que eles peçam, mas não enxergam o que há além ou aquém.
Não vêem. Não sentem.

Quantas vezes o ato da violência sexual precisa acontecer para dispertar revolta na sociedade?
Quantas vezes os alunos precisam requerer por mais segurança nos campi das universidades?
O que se faz necessário para mostrar-lhes que instituições de ensino lidam com humanos?
E o que é necessário para mostrar-lhes que humanos sentem e ficam marcados com os fatos?
Será que esqueceram sobre garantir o princípio da dignidade humana?
Já não se lembram que a dor pode ser coletiva?

Solidariedade, ato jamais unilateral. No mínimo, bilateral. Talvez, como hoje, multilateral. Nós, enquanto seres humanos, praticaremos isto. Os sãos, a sociedade, então nos denominarão fanfarrões, paneleiros e congestionadores. Aquilo que se esqueceram e o que deve vir além ou aquém dos adjetivos, um substantivo abstrato: solidariedade.
E por favor, também, segurança. Queremos no âmbito estudantil aprender o que determinará o resto de nossas vidas. Profissões, amizades, confianças. Não queremos aprender a ter medo.

Video da manifestação

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